XDiavel; a custom Ducati que não perde a esportividade
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XDiavel; a custom Ducati que não perde a esportividade

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 09/01/2017
  • Por: jmesquita

<p>Quando vimos a <strong>XDiavel</strong> no Salão de Milão de 2015 e soubemos o que a Ducati pretendia com esta moto, concordamos na hora! <strong>A Diavel "normal" nunca foi uma moto fácil de enquadrar em alguma categoria.</strong></p>

<p>Não era correto considerá-la uma custom – na última atualização da Diavel o slogan era "Não me chame de custom" (Don´t call me a cruiser) – e também não era certo coloca-la junto com as naked. Ela era sim uma rival direta na Harley-Davidson V-Rod Muscle, mas com a incrível capacidade de frear e fazer curvas tão bem quanto uma sport touring. <strong>Mas a Ducati podia criar uma moto melhor que a Diavel… E conseguiu!</strong></p>

<p><img alt="Ducati XDiavel está mais estradeira, mas não menos esportiva" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-4-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><strong>Imagine a Diavel. </strong>Agora tire um pouco da agressividade, capriche ainda mais no visual, avance a posição das pedaleiras lááááá na frente e aumente o entre eixos alongando a balança da suspensão traseira, coloque na transmissão final correia dentada e acrescente melhores equipamentos como o novo motor Testastretta DVT, com maior cilindrada e comando de válvulas variável. Pronto! <strong>Agora a Ducati tem uma custom, a XDiavel</strong>.</p>

<p><img alt="XDiavel inclina bem para uma custom (40º, no máximo)" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-5-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Com o novo sistema de comando de válvulas variável e um mapa Touring muito bem acertado, a ideia foi oferecer uma moto mais equilibrada, econômica e boa para permanecer nela por muitos quilômetros, sem cansar. As soluções além de visuais, consequentemente eram teoricamente mais apropriadas para viajar que a musculosa Diavel.<br />
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Mas não foi exatamente isso que sentimos em nossa avaliação. De fato, o novo motor de exatos 1 262 cm³ é ligeiramente mais silencioso que o Testastretta DS2 da Diavel, mas mesmo assim são declarados 156 cv a 9 000 rpm de potência máxima e 13,0 kgf.m de torque a míseros 5 000 rpm, ou seja, <strong>não é nem um pouquinho mansa.</strong></p>

<p><img alt="No mapa Touring ela fica mais mansa, mas ainda com emoção" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-7-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Anacrônico a essa proposta está o sistema de controle de largada, ou seja, ela tem transmissão por correia dentada, cruise-control (piloto automático) e pedaleiras avançadas para deixá-la menos arisca e adequada a longas viagens, <strong>mas possui controle de largada. </strong></p>

<p>Peraí! Como assim? Para que serve um sistema de controle de largada numa moto que a marca defende como uma cruiser confortável para longas viagens? Não adianta, está no DNA da marca, por mais que eles estejam ampliando a sua linha de produtos, <strong>Ducati é sinônimo de esportividade</strong>, com subidas de rotações ultrarápidas e, por mais que ela entre em novas categorias, sempre quer vencer no cronometro! Se um dia a Ducati lançar um scooter com certeza ele não vai ser o mais confortável e versátil, mas vai ser o que vai vencer a prova de arrancadas quando o semáforo abrir.</p>

<p><img alt="Rodas chamam atenção com 8" de="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-1-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>A moto estava 0 km para enfrentar nosso eclético roteiro de 1 000 km. A primeira impressão ainda parada na concessionária, é de uma moto com guidão superlargo e uma posição de pilotagem nada confortável. Seu corpo fica em formato de letra C, com pés e mãos estendidos e a coluna curvada à frente. <strong>Muito semelhante a posição da Harley-Davidson V-Rod Muscle, mas as semelhanças param por ai.</strong></p>

<p>Os comandos são modernos, iguais aos da Multistrada DVT, traz além de botões novos para acionar cruise control e controle de largada, luzes de fundo, que ajudam muito principalmente a noite na estrada escura. O banco é baixo e confortável, os espelhos são duros de regular e como já acontece em outros modelos da marca, não é necessário utilizar a chave em contato algum, basta levá-la no bolso, que o sensor de presença permite acionar o motor. Só a utilizamos para abrir o tanque e destravar o banco. </p>

<p><img alt="Lanternas de LED são charme futurista do modelo" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-2-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Impossível não ter percebido que o pneu traseiro com 240 mm de largura era zero km e, que, portanto carecia de aquecimento para começar a virar a mão como se deve. Ainda bem que os três mapas de injeção estavam muito calibrados com altas doses de controle de tração e ABS. Aliás, a <strong>XDiavel conta com ABS Cornering</strong>, semelhante ao da Panigale 1299. Esse sistema entende além da variação brusca de velocidade, se a moto está inclinada ou sobrecarregada em qualquer direção que seja. </p>

<p>Dentro da cidade, não teve como não odiar os espelhos retrovisores e certa dificuldade de encontrar a rotação exata no mapa Sport e no mapa Touring. No mapa Urban as coisas melhoram, pois a potência cai drasticamente, mas mesmo assim o funcionamento do motor é ligeiramente irregular, como o de toda Ducati, por mais que o tempo de abertura das válvulas estejam mais adequados as baixas rotações, mesmo assim, ela não gosta de baixa velocidade. O que ela quer é mão no fundo sempre. </p>

<p><img alt="O painel é rico em informações e bem colorido" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-3-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Nos primeiros quilômetros de autoestrada percebemos claramente que se trata de um motor mais econômico, que gira em rotações mais baixas se comparado ao da Diavel normal. Todavia, em sexta marcha a 120 km/h ele fica entre 4 000 e 5 000 rpm e<strong> mesmo assim vibra bastante. </strong></p>

<p>A ausência de carenagem e consequentemente o vento no peito com guidão largo faz da sua jaqueta um verdadeiro paraquedas, isso sem contar a sola das botas que também freiam o vento. Consultando informações no hotsite do modelo, a marca declara três números importantes como pilares do desenvolvimento da XDiavel: 5000, 60 e 40. </p>

<p><img alt="Controle de tração garante aderência em retomadas precoces" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-6-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>O primeiro é a quantidade de rotações onde o estúpido torque de 13 kg de força já esta disponível. O segundo é a quantidade de variações da ergonomia para melhor se ajustar ao gosto do piloto. O terceiro é o máximo ângulo de inclinação. Vamos falar do segundo por enquanto. Sessenta variações da ergonomia para melhor se ajustar ao estilo do piloto não são tão simples assim, elas não estão inclusos no preço da moto.</p>

<p>De fato você pode alterar a posição das pedaleiras em mais dois pontos de fixação, abaixar ou levantar um pouco o guidão original, porém está incluso nesse número, a substituição do guidão, do banco e até o de outro kit de padaleiras, ou seja, você terá que investir uma quantia extra para ter essas sessenta possibilidades. </p>

<p><img alt="Tirando os números da besta no dinamômetro" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-8-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Quando chega a hora de frear, entrar, percorrer e sair de curvas, ela é extremamente eficiente como toda Ducati. Não falta poder nos freios, o chassi apresenta ótima estabilidade e o controle de tração transmite total confiança para acelerar cada vez mais cedo nas retomadas. Obvio que o pneu traseiro com largura de 240 mm não revela aquela agilidade toda que gostaríamos, mas o que atrapalha na pilotagem mais esportiva em curvas são as pedaleiras avançadas. Até que a moto inclina bastante antes do seu pé raspar no solo, mas é aquela sensação de que seu calcanhar vai encostar-se ao chão, que te faz aliviar a mão direita e não ir tão rápido.<br />
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O que impressiona mesmo é as retomadas e acelerações. Estamos falando de um puro Dragster. O pneu traseiro não vai escorregar e se você estiver num lugar adequado vai sentir como é vibrante trocar de marchas sempre aos 10 000 rpm. Com pouco controle de tração ela empina com facilidade e sentimos falta de um quickshifter para poder colocar marcha em cima de marcha sempre com a roda dianteira levitando.</p>

<p><img alt="Curvas de potência e torque da Ducati XDiavel" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/xdiavel-quadro-dina_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Para ultrapassar um caminhão, ou subir uma serra bem íngreme não se faz necessárias reduções de marchas, basta virar a mão direita e passar cola nas mãos, porque caso contrário você fica e a moto vai. Nesse ritmo de arrancadas e retomadas para sentir o controle de tração trabalhando, a XDiavel faz 14 km/l , mas em ritmo cruzeiro de 120 km/h no mapa Touring, ela pode fazer 22 km/litro. Dentro da cidade a média foi de 15,5 km/litro. </p>

<p>Há duas versões disponíveis, a XDiavel e a XDiavel S. A versão S traz ainda mais detalhes de acabamento, rodas diferenciadas, pinças de freios M50 em vez das M4-32 e possibilidade de conectar seu celular com o painel via Bluetooth. A normal igual a essa testada custa R$ 74 900 e a S R$ 85 900. Salgado para muitos mas é o preço de acelerar um dragster original.</p>

<p><img alt="Ficha técnica da Ducati XDiavel" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/ficha-tecnica-xdiavel-txt-467_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

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