Fly 250 mostra evolução da Traxx; confira avaliação
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Fly 250 mostra evolução da Traxx; confira avaliação

5 Minutos de leitura

  • Publicado: 04/05/2015
  • Por: jmesquita

<p>A Traxx Fly 250 foi revelada no Salão Duas Rodas, em 2013. Demorou, mas chegou às concessionárias no começo de 2015 e inaugura o uso da injeção eletrônica — desenvolvida no Brasil pela competente Delphi — entre os modelos de baixa cilindrada da marca. O seu motor monocilíndrico de 223 cm³, OHC, com arrefecimento a ar e radiador de óleo, de acordo com a fabricante, desenvolve potência máxima de 16 cv a 7 500 rpm, com pico de torque de 1,7 kgf.m a 6 000 rpm, desempenho razoável para a cilindrada, pois o motor de 249 cm³ da Yamaha, por exemplo, produz 21 cv. </p>

<p><img alt="O motor é forte em médias rotações, fraco em alta velocidade e esquenta bastante do lado direito" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/fly9_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Em um segmento que ainda tem poucas opções para os motociclistas, a trail chega para competir, apesar do nome “250”, contra as consagradas Honda Bros 160 e Yamaha Crosser 150. O preço é de 150: R$ 9 990 na concessionária Marello Motos, em Santo André, SP, de onde retiramos a “nossa” Fly para a avaliação. Na tabela, o preço sugerido é de R$ 8 900.</span></p>

<p><img alt="A Traxx Fly 250 é disponibilizada nas cores vermelha ou preta" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/fly6_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /><span style="line-height: 1.6em;">Repetimos o mesmo percurso usado na avaliação da líder de vendas da categoria, a Honda Bros 160 — publicado na edição 205 —, com trânsito intenso e vias esburacadas, estradas bem asfaltadas e também por vias sem pavimento, com alguns trechos onde carros não passariam. Assim como seu visual sugere, ela tem comportamento mais para off-road (como a Bros 160) do que para on-road (como a Yamaha Crosser). O acabamento não tem a mesma qualidade e capricho da concorrência, o que, para os usuários mais perfeccionistas pode ser um ponto negativo. Seu painel mescla um velocímetro analógico com uma curiosa faixa vermelha (recurso utilizado em conta-giros, para indicar a zona que se deve evitar) iniciando a 105 km/h. Ainda há um pequeno display digital que informa o nível de combustível do tanque, hodômetro total ou parcial, conta-giros e indicador de marcha. Todas as informações são legíveis, mas o velocímetro poderia ser digital. O câmbio é de seis velocidades, um diferencial, pois alivia o motor acima de 80 km/h. Pena que os engates não sejam dos mais precisos, principalmente da primeira para a segunda marcha.</span></p>

<p><img alt="Dentro da cidade é onde a Fly 250 mostra sua eficiência" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/fly2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Outro diferencial é a suspensão dianteira invertida, que, com 160 mm de curso, absorveu bem as irregularidades do solo em todo o percurso. A suspensão traseira com ótimos 213 mm de curso tem ajuste de pré-carga, mas assim como na Bros, não é acessível e tem que se levar na concessionária para tal ajuste. Na configuração que foi entregue só deixou a desejar quando levamos garupa, onde deveria ser endurecida a pré-carga, respeitamos o limite de carga admitida (214 kg).</p>

<p><img alt="Apesar do &quot;250&quot; no nome, a Fly 250 chega para competir com Honda Bros 160 e Yamaha Crosser 150" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/fly3_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Na unidade avaliada, as respostas dos freios não agradaram, principalmente o dianteiro, mas sem tornar as frenagens inseguras. Pastilhas semimetálicas e flexíveis de malha de aço resolveriam isso. O aliado na hora de parar a moto, os pneus Rinaldi Rallye são autênticos “de uso misto”, que se comportaram bem no asfalto, e também na terra batida. Encontramos uma posição de pilotagem confortável e uma ergonomia bem resolvida, mas um elevador de guidão seria bem-vindo.</p>

<p><img alt="Explorando a funcionalidade da Fly 250 quando acaba o asfalto. Surpreendeu." height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/fly4_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>As respostas do motor, que tem ronco agradável, estão sob medida para o uso urbano, com boas retomadas de velocidade, sem “faltar” motor em nenhum momento. Já na estrada, ela manteve o bom comportamento dinâmico, mas encontramos limitação no desempenho. Nas retas o velocímetro para em 100 km/h, em descidas, nos 120 km/h. Ou seja, o desempenho é racional, mas não permite abusos. O consumo foi de 28,5 km/l, mas pode ser mais econômica moderando no acelerador. O tanque tem 10 litros de capacidade, mais um sinal do seu foco no uso urbano. Um detalhe: de acordo com o manual da moto, o nível do combustível deve atingir no máximo 5 mm abaixo no bocal do tanque, o ponto “normal” nas outras. Se abastecer até o bocal, vai vazar. Para nós isso é um erro de projeto, mas com o qual é possível conviver… Com menos autonomia! </p>

<p>Não tão refinada como Honda e Yamaha, ela é ágil e confortável e seu preço deve atrair muitos usuários fãs do estilo trail.</p>

<p><strong>Em 4 palavras</strong></p>

<p><strong>Cidade</strong></p>

<p>É o local de uso ideal para a Fly 250. Nas congestionadas vias com seus pavimentos irregulares, as suspensões dão conta de assegurar o conforto de piloto e passageiro (que poderia ter um assento mais largo), e o motor fica sempre cheio em médias rotações. O porém é o freio dianteiro, “borrachudo”.</p>

<p><strong>Estrada</strong></p>

<p>Ela é segura, tem boa estabilidade, mas não tem final, exigindo paciência, pois fica limitada em retas, a 105 km/h, e nas descidas, a 120 km/h (no painel). A sexta marcha reduz o consumo e evita “esgoelar” o motor. Troque o pinhão por um de 14 dentes. Vai ajudar muito!</p>

<p><strong>Garupa</strong></p>

<p>Como toda trail, o passageiro tem conforto graças à suspensão com maior curso. Tem alças, que apesar da simplicidade visual, são ergonômicas, e o assento seria mais confortável se fosse mais largo. Com a limitação de desempenho é melhor ser paciente ao levar alguém.</p>

<p><strong>Custo-benefício</strong></p>

<p>Em São Paulo, encontramos a moto por R$ 9 900, preço final para o usuário, que consideramos honesto pelo que a Fly 250 oferece. As peças são baratas, e com R$ 1 200 você faz as oito revisões, até 21 000 km na concessionária. Resta saber se têm longa vida útil.</p>

<p><img alt="O painel da Fly 250 é completo, mas as informações poderiam ser melhor distribuídas" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/painelfly_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p><strong>Medições</strong></p>

<p><img alt="Gráfico extraído da avaliação da Fly 250 no dinamômetro" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/flydina_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Potência máxima na roda = 12,94 cv a 7 080 rpm</p>

<p>Torque máximo na roda = 1,55 kgf.m a 5 020 rpm</p>

<p>Potência específica = 58 cv/l</p>

<p>Relação peso-potência = 10,7 kg/cv</p>

<p>Consumo médio = 28,5 km/l </p>

<p>Autonomia média = 285 km </p>

<p>O motor não tem final, pois a força está toda em médias rotações, bom para cidade. Seu pico de potência ocorre entre 6 000 rpm e 7200 rpm.</p>

<p><strong>Conclusão, por Marcelo de Barros</strong></p>

<p>A Fly 250 não é daquelas motos pelas quais você se apaixona a primeira vista, o visual é agradável, chamou atenção nas ruas, mas com cara de “já a vi antes”. O senso de qualidade não é tão forte como nas japonesas, por detalhes no acabamento e no “encaixe” do piloto na moto, mas, após rodar muitos quilômetros, me acostumei e me diverti, principalmente no fora de estrada. Para quem quer uma moto para usar só na cidade seu custo-benefício é muito honesto. Melhorias podem ser feitas facilmente para ela funcionar melhor, principalmente nos freios. Ah, e a rede autorizada Traxx precisa crescer!</p>

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