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BMW S 1000 RR M: exclusividade e desempenho para poucos corajosos

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 20/03/2021
  • Por: Alexandre Nogueira

A BMW S 1000 RR foi a superesportiva mais emplacada no Brasil em 2020, beirando 700 unidades até novembro (ainda não estavam fechados os números de emplacamentos de dezembro da Fenabrave), mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, sinal de que a BMW é uma das mais desejadas no segmento.

A marca alemã inaugurou a sigla M (do laboratório de performance dos carros) na S 1000 RR, e, como não poderia deixar de ser, foram instalados componentes exclusivos para deixá-la mais leve, ágil e, consequentemente, mais rápida, mesmo sem ter modificações no poderoso motor de 999 cm³, 207 cv de potência e 11,5 kgf.m de torque, que em sua última versão recebeu o comando de válvulas variável batizado de BMW Shift Cam que melhorou ainda mais as respostas do propulsor em média e baixa rotações.

Texto: Ismael Baubeta
Edição: Alexandre Nogueira

BMW S 1000 RR M: alto desempenho amplamente gerenciável (Gustavo Epifânio)

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 Quatro quilos mais leve

A redução de peso foi pensada para melhorar a dirigibilidade; para isso, os engenheiros alemães instalaram um belo par de rodas fabricado em fibra de carbono e só nelas reduziu-se 1,7 quilo. Naturalmente, a redução no peso das rodas é traduzida em menor efeito giroscópico, o que ajuda a diminuir a força necessária para inclinar a moto para entrar nas curvas e mudar de direção. A S 1000 RR pacote M ficou ainda mais rápida e certeira. Outra mudança que ajudou a diminuir o peso foi a adoção de uma bateria de lítio, mais compacta e dois quilos mais leve do que a bateria da versão standard.

BMW S 1000 RR M: rodas de fibra de carbono (Gustavo Epifânio)

 Ajuste fino

A BMW deve ter levado em consideração os clientes que utilizam a S 1000 RR em circuito, seja fazendo trackday ou em competições mundo afora e que estão sempre buscando melhorar seus tempos. Prova disto são a nova balança e a ancoragem do amortecedor traseiro que permitem ajustes na distância entre-eixos e na distribuição de peso do conjunto, modulando a altura da traseira da moto. Logicamente esse tipo de acerto vai exigir o acompanhamento de um profissional  experiente para conseguir tirar o máximo proveito das possibilidades do conjunto ciclístico. A eletrônica de última geração embarcada na S 1000 RR M também oferece outras inúmeras possibilidades de ajustes, por isso, a menos que você já tenha boa experiência no acerto de suas motos, a ajuda profissional, principalmente na pista, é necessária.

BMW S 1000 RR M: acelerações rápidas e bruscas (Gustavo Epifânio)

A geometria da dianteira é bastante agressiva: são 23,1° de ângulo de cáster e 93,5 mm de trail, o que originalmente a deixa com uma distribuição de peso de 53,8% e 46,2% entre a dianteira e a traseira, aumentando a sensibilidade ao guidão.

BMW S 1000 RR M: ronco do motor aguça a adrenalina (Gustavo Epifânio)

 Tecnologia

A S 1000 RR M incorpora toda a tecnologia do motor da versão standard que recebeu mudanças em 2019, entre as quais estão as válvulas de admissão de titânio com eixo perfurado para reduzir seu peso, tecnologia utilizada na F1. A corrente do comando de válvulas tem menos componentes e aciona o sistema através do movimento do virabrequim, sem engrenagens intermediárias.

BMW S 1000 RR M: painel TFT de fácil acesso (Gustavo Epifânio)

Ao acionar o motor você é surpreendido pelo ruído interno que causa certa aflição, mas ele é assim mesmo, áspero. Basta subir os giros e escutar o ronco emitido pela ponteira para esquecer a sensação e querer fazê-lo berrar ainda mais, desafiando o seu limite como piloto, afinal, acima das 6.000 rpm, o som é bestial, como se não houvesse limite para continuar crescendo até a curva se aproximar tão rápido, fazendo com que nas primeiras voltas seja fácil perder a referência nas frenagens, causando sustos. As retomadas nas saídas de curva são vigorosas e o giro sobe rápido, empolgando com o movimento do punho direito.

BMW S 1000 RR M: motor de 207 cv para 193,5 kg de peso (Gustavo Epifânio)

 A eletrônica

A BMW equipou sua superesportiva com os mais avançados controles eletrônicos disponíveis que incluem a IMU (Unidade de Medição Inercial) de seis eixos. Os quatro modos de pilotagem (Rain, Road, Dynamic y Race) preestabelecem parâmetros de controle de tração, ABS e suspensão de acordo com o modo escolhido. No modo Race, no qual há a opção Pro, ainda podem ser ajustados freio-motor, antiwheelie, controle de largada e velocidade controlada para pit lane, todos de acordo com a necessidade e gosto do piloto.

BMW S 1000 RR M: eletrônica pensada para o piloto (Gustavo Epifânio)

Sensações

Esta superbike BMW tem um comportamento impecável, e, no final das contas, não estranhe se você achar que é muita moto para dominar, pois, apesar de ser leve e “fácil” de pilotar, ela é exigente para você aproveitar tudo que ela oferece. A eletrônica ajuda, é verdade, mas saber pilotá-la é primordial. O conjunto ciclístico foi muito bem resolvido e você sente como as suspensões conversam com o solo, firme e pregada ao chão, com o controle de tração e ABS, por exemplo, trabalhando para ajudar você na pilotagem e conter seu ímpeto. É fácil se deixar empolgar por ela.

BMW S 1000 RR M: os freios são extremamente potentes (Gustavo Epifânio)

Nas frenagens fortes você ganha confiança nas suspensões que permitem a entrada de curva em condição extrema com bom feeling na roda dianteira, mas a coragem ainda se faz necessária na condição de piloto para buscar o limite – eu prefiro manter minha integridade e a da moto, afinal não preciso baixar tempo nenhum.

BMW S 1000 RR M: sensação de controle absoluto (Gustavo Epifânio)

Senti-la berrar perto das 14 mil rpm, pressionado contra o pequeno banco do garupa, roda dianteira aderente ao piso tão somente pelo controle eletrônico, enquanto joga as marchas com a ajuda do preciso quickshift, dá uma sensação alucinante que chega a ser vertiginosa, principalmente quando as placas de 200 e 150 metros se aproximam na hora de chamar os freios. Bastam dois dedos no manete para fazer as poderosas pinças radiais freá-la e sentir o sangue da cabeça todo na testa quase latejando. É emocionante!

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BMW S 1000 RR M: a sigla “M” já define tudo (Gustavo Epifânio)

Como tudo que é exclusivo, a S 1000 RR M não é barata, mas o requinte e a qualidade dos acabamentos sugerem que os R$ 135.500 da etiqueta não são exagerados, principalmente se você levar em consideração o câmbio, já que a moto depende totalmente da moeda europeia. Ainda assim é para poucos felizardos.

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