Pilotamos a Kawasaki ZX-6R
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Pilotamos a Kawasaki ZX-6R

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  • Publicado: 19/12/2008
  • Por: jmesquita

<p>Nesta época do ano, quando começam a chegar os novos modelos, sempre surgem motos trazendo pequenos avanços que dão um novo rumo às categorias e, ao mesmo tempo, mostram a tremenda guerra tecnológica entre as marcas — da qual nós nos beneficiamos. A ZX-6R já é uma veterana, e por isso mesmo, já passou por uma grande evolução.</p>

<p>O trabalho realizado pela Kawa para superar a Euro3, havia deixado a supersport verde com alguns pontos fracos, principalmente no que se refere ao peso — superior ao das rivais —, algo que em uma disputa tão acirrada é, sem dúvida, uma grande desvantagem e, por essa razão, a nova ZX-6R exigiu muito trabalho da equipe de desenvolvimento. O resultado? Uma moto completamente nova que, claro, fomos testar.</p>

<p>A pista de testes da marca, localizada dentro de um complexo chamado Autópolis, é um circuito muito técnico, com infinitas possibilidades de traçado e repleto de subidas e descidas. A nova ZX-6R estava esperando por nós, e logo de cara, notamos que a frente, a balança, a rabeta, o tanque e os escapes estão esteticamente alinhados ao visual da ZX-10R.</p>

<p>Mas não pense que a moto mudou apenas por fora: os novos semiguidões — mais fechados e próximos ao corpo — e o assento mais baixo e estreito deixaram a ZX-6R menos espaçosa, porém tornaram a posição de pilotagem muito mais adaptada ao uso em pista. Se visualmente já parece mais esportiva, na primeira curva com ela essa sensação se amplifica de maneira considerável.</p>

<p>Nas curvas de final de reta, basta apontar para onde se quer ir que a moto parece curvar sozinha, deixando claro que o menor ângulo de direção e o reposicionamento do motor trouxeram o efeito desejado. Agora muito mais ágil, favorece a pilotagem nas seções de curvas entrelaçadas em 2ª e 3ª marchas. Apesar de tudo isso, o que realmente deixa esta moto um passo à frente das rivais e o novo garfo Showa BPF (Big Piston Fork).</p>

<p>As bengalas contam, agora, com uma estruturação interna que permite utilizar um pistão de maior diâmetro, menor quantidade de óleo e molas localizadas na parte inferior do conjunto. Graças a esse novo sistema, que bombeia um maior volume com menor pressão de óleo em cada movimento, as reações do circuito hidráulico são muito mais suaves. De tal forma que, quando freamos com força, a suspensão comprime-se mais devagar que um garfo com cartucho normal, aumentando bastante a estabilidade durante as frenagens.</p>

<p>O mesmo ocorre quando soltamos o freio, ocasião em que as bengalas deveriam estender-se com certa velocidade, mas, neste caso, continuam comprimidas. Depois de dois dias rodando em Autópolis, podemos dizer que a BPF melhora nitidamente a entrada nas curvas — por permitir uma geometria ideal — e transmite ao piloto uma maior sensação de segurança, o que se traduz em confiança ao pilotar.</p>

<p>Fomos para a pista com as regulagens de série, o que fez com que nas primeiras voltas o amortecedor traseiro se comprimisse muito nas acelerações, o que acabava deixando o trem dianteiro um pouco solto. De toda forma, o amortecedor de direção Öhlins (com 5 clicks) suaviza as reações indesejadas que chegam da frente e mexendo um pouco na pré-carga e na compressão do amortecedor traseiro, a moto ficou excelente. Resta apenas compará-la às concorrentes, mas a ZX-6R promete muito.</p>

<p>Segundo a marca, o trabalho realizado no motor trouxe um incremento palpável no desempenho em médias e altas rotações. Esse era um ponto a melhorar na versão anterior e pelo que vimos na pista japonesa o resultado e bastante bom. Agora, retomando a partir de 8 000 rpm, a resposta surge muito mais limpa e segue assim, linear e sem “buracos” até o corte da ignição, já perto de 16 000 rpm.</p>

<p>O câmbio possui um tato fantástico, um ótimo escalonamento e o que é melhor, está combinado com uma embreagem antibloqueio. Outro ponto que merece destaque é a transferência de potência quando vamos muito inclinados, permitindo que o piloto sinta com antecedência qualquer tendência a escorregar. Além de mais refinado, o motor virá acompanhado de um kit de competição.</p>

<p>A evolução do modelo foi bastante significativa e agora a ZX-6R tem tudo o necessário para bater as suas rivais, tanto na versão de rua quanto na que competirá no Mundial de Supersport em 2009. As unidades importadas para o Brasil pela Kawasaki ainda são 2008, mas com certeza, futuros lotes já serão deste novo modelo. Com a fábrica em Manaus, existe ainda a possibilidade de linha Ninja — ou pelo menos algumas versões — ser produzida aqui nos próximos anos.</p>

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