Como conhecer o Atacama em poucos dias
Especiais

Como conhecer o Atacama em poucos dias

5 Minutos de leitura

  • Publicado: 04/11/2015
  • Por: jmesquita

<p>Acho que os motociclistas já sabem sobre as belezas do Deserto do Atacama. E se não sabem, basta conversar com amigos, procurar em antigas edições da MOTOCICLISMO e, pronto, ficarão informados. A finalidade deste relato é apresentar um jeito diferente de viajar para quem não tem muito tempo para se ausentar dos seus compromissos.</p>

<p><img alt="Pausa para foto em Misskanti, com as motocicletas alugadas" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_misskanti_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Pois então, eu, Fernando Moreno Del Debbio, e meu amigo Ricardo Caetano tínhamos muita vontade de conhecer o Atacama, mas não dispúnhamos de tempo suficiente para isso se fôssemos de moto. Somente para os trajetos de ida e volta seriam necessários uns dez dias aproximadamente, afinal são 6 500 km.</p>

<p>Já ouvi casos de motociclistas que fizeram tal percurso em três dias “cada perna”, mas me questiono acerca do aproveitamento e da segurança desse tipo de viagem. Bem, se, além desse tempinho, ainda incluirmos mais cinco dias para passear pelo deserto, fica evidente que diversos motociclistas não vão dispor desses 15 dias para a viagem, e, assim, dificilmente poderão fazê-la. Esse era o nosso caso.</p>

<p><img alt="Registro da passagem pela Bolívia" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_bolivia_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Eu sou advogado autônomo, e o Ricardo, empresário, sendo difícil nos afastarmos de nossos compromissos por tanto tempo. Mas, adoramos viajar, e, diante desse dilema, resolvemos fazer uma viagem que chamamos de híbrida. Iríamos e voltaríamos ao Atacama de avião e alugaríamos as motos lá. E foi, de fato, o que fizemos! Abrimos mão de curtir o trajeto até o Atacama, mas conseguimos conhecer o emblemático deserto sul-americano.</p>

<p>Quanto ao custo com as passagens aéreas — R$ 1 490 (outubro/2014), pela Sky Airlines —, acredito que gastamos menos do que iríamos desembolsar para percorrer os 6 500 km com nossas próprias motos, notadamente se incluíssemos nesses cálculos gasolina, óleo, pedágios, hospedagens, alimentação pelo caminho, as lamentáveis propinas para a polícia argentina, carta verde e demais despesas relativas ao desgaste das motos.</p>

<p><img alt="No Atacama" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_san_pedro_de_atacama_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Antes de seguir, é importante frisar que 70% do nosso passeio pelo deserto foi off-road. Está aí a primeira vantagem de alugar motos: não colocamos nossas máquinas para chacoalhar em terrenos acidentados, assim, não ficamos pilotando com medo de causar prejuízos a elas! Fazer off-road com a “moto dos outros” não tem preço… Além disso, as motos que alugamos eram excelentes para circular pelo deserto, ao contrário das que possuímos no Brasil.  </p>

<p>Eram duas BMW G 650 GS — a minha na versão Sertão —, supernovas, bem mais leves que as nossas e mais apropriadas para aquele tipo de  terreno. Também não tivemos necessidade de carregar bagagens, que seguiam num carro de apoio que fazia parte do pacote de locação das motos, o que nos dava maior liberdade, conforto e prazer na pilotagem.</p>

<p>Fora isso, na tarde do último dia ainda pudemos nos embrenhar por regiões inóspitas do deserto de quadriciclo, também locado, o que foi uma experiência ímpar, e muito divertida. Contratamos os serviços de guia e locação de motos da empresa On Safari Atacama, e nosso guia foi o Juan. Para quem desejar conhecer essa empresa, seus produtos e serviços, basta acessar o site: <a href="http://www.onsafariatacama.com"><span style="color:#FF0000;">www.onsafariatacama.com</span></a>.</p>

<p><img alt="Placa para informar a condição ruim da estrada" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_placa_sobre_estado_das_estradas_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Vale destacar que o Juan, com pleno conhecimento da geografia local, também nos mostrou os aspectos sociais e históricos da região, e além de termos a oportunidade de vislumbrar paisagens maravilhosas, ainda pudemos conhecer muitos outros detalhes a que, se estivéssemos sozinhos, dificilmente teríamos acesso.</p>

<p>Mais que isso, viajar com um guia nos permite aproveitar melhor a viagem, ver a paisagem em detalhes, chegar com facilidade aos lugares sem ficarmos preocupados com o GPS, com placas e sem ter que parar para pedir informações sobre caminhos, horários de ingresso, postos de combustível, restaurantes etc.</p>

<p><img alt="Parte do passeio foi feito com quadriciclos alugados" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_quadriciclos_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Embora tenhamos optado por levar nossos equipamentos de proteção — capacetes, botas, calças, luvas e jaquetas — o nosso pacote de viagem fornecia tudo isso, e de excelente qualidade. Além disso, no pacote de aluguel das motos também estavam incluídos alimentação, bebida e combustível necessários durante os passeios.</p>

<p>Nosso primeiro passeio, que durou dois dias, ainda dava direito à pitoresca hospedagem em uma comunidade indígena local para passamos a noite, com oportunidade de conhecer seus costumes.Nesse passeio nos foram fornecidos dois almoços e um jantar — este com vinho chileno, é claro —, e com direito a cerveja e petiscos logo que chegamos nessa comunidade, além de um bom café de manhã. </p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Além desses, ainda fizemos mais dois passeios de um dia cada, mas dessa vez já estávamos instalados no Hotel Kimal, em San Pedro de Atacama, onde tínhamos mais conforto, e nos permitia acesso à gastronomia local e aos vinhos, é claro. </span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Ao todo foram mais de 1 000 km pelas encatadoras entranhas do Atacama, percorrendo vales, encostas, passando por vulcões, canyons, salares, geysers, lagos, cidades típicas, termas, planícies desérticas, estradas de areia, de pedras, de asfalto, enfim, toda sorte de lugares, cruzando até fronteiras, haja vista que fomos à Bolívia, a </span><span style="line-height: 1.6em;">5 400 m de altitude. </span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Uma viagem sem tempo desperdiçado ou contratempos, sem stress, enfim, uma oportunidade excelente para apenas relaxar e aproveitar a viagem em sua plenitude. Por todos esses passeios, incluindo a locação da moto, ingressos para os sítios históricos e turísticos, e tudo mais acima mencionado, gastamos </span><span style="line-height: 1.6em;">R$ 3 500 cada um. </span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Há ainda a possibilidade de adquirir pacotes parciais, e, portanto, mais baratos, e incluir a garupa. Enfim, para aqueles que não têm muito tempo para conhecer o Atacama, essa é uma proposta de viagem muito interessante e viável.</span></p>

<p><img alt="As motos e carro de apoio em uma das paradas para descanso… E fotos!" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_atacama_motos_e_carro_de_apoio_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Contas feitas e fechadas, verifiquei que elas não extrapolam o orçamento de quem tinha condições financeiras de fazê-la integralmente de moto e ainda acredito que se as contas não empatam, a pequena diferença seria o preço a pagar por mais conforto, pela possibilidade de preservar sua moto, por aproveitar muito mais a viagem e, principalmente, abrir espaço na sua agenda e realizar um sonho de motociclista.</p>

<p>Se você sempre sonhou em conhecer o Atacama, só posso dizer uma coisa: você não irá se arrepender!</p>

Deixe seu Comentário

Conteúdo Recomendado