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Competições

Ducati revela detalhes do protótipo elétrico da MotoE

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  • Publicado: 01/07/2022
  • Por: Willian Teixeira

A Ducati apresentou os detalhes técnicos do protótipo V21L, modelo que será utilizado a partir do ano que vem na Copa do Mundo de MotoE – categoria de motos elétricas que integra o Mundial de Motovelocidade – e que certamente servirá como um intenso laboratório para o desenvolvimento da linha de motos elétricas da fabricante de Borgo Panigale.

O modelo da Ducati chegará para substituir as Energica Ego Corsa, que são utilizadas na categoria desde a sua criação, em 2019. O Brasil é representado na MotoE por Eric Granado, piloto que compete na classe desde o primeiro campeonato, tendo como melhor resultado da carreira um 3º lugar no Mundial de pilotos daquele ano.

Para produzir o protótipo da MotoE, a Ducati uniu seus designers aos da Ducati Corse, sua divisão de corridas, misturando suas expertises e processos. A Ducati R&D cuidou do gerenciamento do projeto, enquanto o design da V21L ficou por conta do Centro Stile Ducati, que também criou a pintura da moto. Enquanto isso, a Ducati Corse atuou no design de peças eletrônicas, nos controles e estratégias de software, além das simulações da dinâmica e aerodinâmica da motocicleta, nos processos de montagem, teste e aquisição de dados da moto.

E segundo a Ducati, o resultado até o momento já é satisfatório. A V21L pesa 225 kg – 12 a menos do que o peso dos requisitos mínimos impostos por Dorna e FIM para uma moto de corrida – e entrega valores máximos de potência e torque de 110 kW (150 cv) e 14,3 kgf.m respectivamente, números que levam a nova elétrica italiana a alcançar 275 km/h de velocidade máxima em um circuito como Mugello.

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A bateria da Ducati V21L possui uma forma específica para seguir o curso natural da área central da moto. Ela pesa 110 kg e oferece uma capacidade de 18 kWh com uma tomada de carregamento de 20 kW integrada na rabeta. Dentro há 1.152 células cilindricas do tipo 21700, segundo a marca.

O inversor, que pesa apenas 5 kg, é derivado de uma unidade utilizada em veículos elétricos que competem em provas de automobilismo, enquanto o motor, que pesa apenas 21 kg e atinge rotação máxima de  18.000 rpm foi desenvolvido por um parceiro seguindo as especificações técnicas fornecidas pela Ducati. Todo o sistema é baseado em uma tensão de 800V – com uma bateria totalmente carregada – para maximizar a potência do trem de força elétrico e, como consequência, o desempenho e o alcance.

Segundo a Ducati, um dos pontos altos da moto elétrica de competições está no sistema de refrigeração, que utiliza um sistema líquido altamente sofisticado e eficiente com um circuito duplo projetado para atender às diferentes necessidades térmicas da bateria e da unidade motor/inversor, o que garante regularidade de temperaturas e confere benefícios no que diz respeito a desempenho. 

A fabricante italiana destaca que este processo permite a recarga da bateria sem a necessidade de esperar a moto esfriar. A V21L pode ser carregada assim que entra na garagem e o tempo estimado para que ela recupere até 80% de sua autonomia é de apenas 45 minutos.

Assim como na Panigale V4, a caixa de fibra de carbono da bateria também integra o chassi da Ducati V21L, e na área frontar já um quadro monocoque de alumínio que pesa 3,7 kg. Já a traseira é composta por um braço oscilante em alumínio de 4,8 kg com uma geometria idêntica a da Ducati Desmosedici da MotoGP, enquanto o subquadro traseiro, que integra a cauda e o assento do piloto, é em fibra de carbono.

Para as suspensões da V21L, a Ducati revelou um garfo pressurizado Öhlins NPX 25/30 com tubos invertidos de 43 mm de diâmetro na frente, derivado do Superleggera V4, enquanto um amortecedor Öhlins TTX36 está presente na traseira e é totalmente ajustável. O amortecedor de direção é uma unidade Öhlins ajustável. 

Já os freios, assinados pela Brembo, utilizam discos duplos de aço com 338,5 mm de diâmetro e duas pinças GP4RR M4 32/36 com um cilindro mestre radial PR19/18, enquanto na traseira o sistema usa pinça P34 e disco único de 220 mm e um cilindro mestre PS13. As equipes poderão equipar suas motocicletas com um controle de freio traseiro opcional posicionado no guidão esquerdo, que o piloto pode usar como alternativa ao pedal.

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