Viagem de moto ao Centro Geodésico da América do Sul
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Viagem de moto: o fantástico Centro Geodésico da América do Sul

9 Minutos de leitura

  • Publicado: 12/06/2022
  • Por: Redação

Com propósito de conhecer o centro geodésico da América do Sul, em Cuiabá, e algumas das maravilhas naturais de Mato Grosso, usamos uma BMW 850 GS Adventure para vivenciar momentos inesquecíveis em mais esta viagem de moto

Texto e fotos: Oswaldo Fernandes Jr. (Ozzy)

Para quem inspira desafios em sua vida, ousa superar limites, encara o medo e tem curiosidade por experiências culturais em novas rotas e lugares, é fundamental manter o hábito de ler e pesquisar novas oportunidades. Estar sempre atento em conversas de amigos, matérias jornalísticas, temas históricos e ficar de “antenas ligadas” permitem usufruir de novas possibilidades em boas aventuras pessoais, e de moto, é sempre melhor. 

E assim foi nesta inesquecível aventura pelo Mato Grosso. Pela televisão, assisti a uma matéria sobre um determinado obelisco construído na cidade de Cuiabá, onde registra o centro geodésico da América do Sul, sendo assim um local reconhecido e registrado como o coração da América do Sul, exatamente nas coordenadas 15°35’56”,80 de latitude sul e 056°06’05”,55 de longitude oeste, onde foi construído o enorme elemento.

Se eu precisava de um incentivo para a viagem, arrumei mais um novo objetivo, portanto, com destino escolhido, segui para as fases de planejamento, detalhamento, validação de pontos de visitação pelas rotas escolhidas, curiosidades, possíveis experiências positivas, investimentos, datas de programação, desafios da aventura e recursos necessários.

Na verdade, nesta fase a saga já começa colocando tudo no papel, pesquisando estradas, roteiros, lugares, fotos, vídeos, relatos e muito mais. Com essa etapa concluída, planos de ação em desenvolvimento, comprometimento com foco no preparo da motocicleta, materiais, recursos e muito trabalho para segurar a adrenalina, lá fomos nós! O projeto toma asas e os dias demoram a passar.

Tomando os rumos da viagem

Partindo de São Paulo decidi passar por Campo Grande (MS), Rio Verde de Mato Grosso, Chapada dos Guimaraes e Cuiabá. Esta seria a rota inicial proposta. Piloto e malas prontas, motocicleta revisada, roteiro devidamente estabelecido, recursos validados, sigo em frente sempre com boas intenções.

O percurso pelo estado de São Paulo é tranquilo, com boas estradas e um número de pedágios a se considerar. Ao entrar por Mato Grosso do Sul não se encontra mais pedágios, mas em compensação há buracos nas vias simples, e um elevado número de caminhões demandam estado de atenção e nos colocam em risco. 

Campo Grande é uma grande capital, com muitas particularidades, mas neste momento meu objetivo seria Rio Verde de Mato Grosso.  Que corruptela maravilhosa, inúmeras e belíssimas cachoeiras, em meio de encantadoras maravilhas da natureza, onde por dois dias explorei parques e áreas naturais.

Seguindo rumo a Cuiabá, sinto novamente o estresse de vias com problemas de pavimentação e o risco de compartilhar espaços e ultrapassagens com enormes veículos de cargas pelas rodovias.  Vento na cara, tome marcha e alta rotação, afinal o termo “no pain, no gain” (nada se consegue sem sofrimento), faz parte do meu modo de viver.  Cuiabá também é uma enorme metrópole, com muito trânsito, gente hospitaleira e todas as comodidades de uma grande cidade.

Centro Geodésico da América do Sul

Chegar ao obelisco, marco do Centro Geodésico da América do Sul, é bem tranquilo. Localizado na praça Pascoal Moreira Cabral, no centro da cidade, onde Marechal Cândido Rondon, em 1.909 demarcou a área, e na década de 1.970 o exército brasileiro validou as coordenadas feitas por Rondon.

Ávido por conhecimento e histórias, converso com pessoas do ministério do turismo de lá e começo a entender melhor a história por trás deste glamoroso monumento de 20 metros de altura.  A área do obelisco no passado era denominada de Campo d’Óurique, onde antigamente se castigavam os escravos e também se enforcava os condenados pela justiça, área que com o passar do tempo também foi local de touradas cuiabanas. 

Fiquei mais surpreso ainda quando soube que em disputa pela tecnologia, cartas gráficas e procedimentos de medição, surgia uma batalha da real localidade pela região da Chapada dos Guimaraes, na posse do direito de título de real Centro Geodésico da América do Sul.  Enfim, através de acordos de municipalidades e padronização de cartas gráficas pelo exército brasileiro foi validado o centro Geodésico em Cuiabá, assim como o mirante oficial do Centro Geodésico da América do Sul, na Chapada dos Guimaraes.

Viagem seguindo para a Chapada dos Guimarães

Tendo visitado a região de Cuiabá, sigo para a Chapada dos Guimarães, distante a 70 km de Cuiabá. A estrada de subida é fantástica! Pude contemplar a beleza de paredões, cânions, cavernas e cachoeiras que cercam o parque nacional, criado nos anos 1.980, que ocupa uma área de 330 quilômetros de cerrado em meio a paredões de arenito vermelho alaranjado, dentro da área do pantanal mato-grossense.

Na cidade de Chapada dos Guimarães, mesmo nome do parque, é possível se hospedar em pousadas e hotéis, contratar empresas de turismo para guias e transporte, há vários tipos de restaurantes e dá para encontrar gente de toda parte do mundo.  Total diversidade de paisagens, pessoas, interesses e culturas.

Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Recomendo planejar uma viagem de ao menos 3 dias para aproveitar tudo o que a Chapada dos Guimarães tem a oferecer. Os principais pontos turísticos da região encontram-se dentro do parque: a Cachoeira Véu da Noiva, com 86 metros de queda; a Cidade de Pedra; o Circuito das Cachoeiras e o Morro de São Jerônimo, o mais alto mirante natural da Chapada dos Guimarães, com 836 metros de altitude. 

Também é merecido apreciar um dos pratos típicos da região, como o pintado na brasa, peixe nobre da região pantaneira, com sabor incrivelmente harmonizado com as paisagens, aromas e experiências propostas pela localidade. O Circuito das Cachoeiras é formado por um percurso de nível leve a moderado com aproximadamente 7 km, ida e volta, que passa por seis cachoeiras: 7 de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência, todas liberadas para banho.

Para o passeio abasteça a mochila com água e comida, pois não há esse tipo de recurso ao longo do circuito. Na volta, encontra-se a Cidade de Pedra, que recebe este nome devido às formações rochosas e vermelhas com escarpas de mais de 350 metros de altura, esculpidas durante milhões de anos por vento e chuva no local, caracterizando uma paisagem que se assemelha a uma cidade em ruínas.

O acesso é através de uma trilha leve e tranquila, e, ao longo do passeio, o visitante se depara com vales verdes e vegetação de cerrado, além das nascentes dos rios Paciência e Claro. Aves como a arara vermelha habitam a região, e dali é possível ver o Morro de São Jerônimo, o maior mirante do parque.

A visita deve ser acompanhada por um guia credenciado. Para chegar até o topo do Morro de São Jerônimo é necessário fôlego e preparo físico. São 836 metros de altitude que proporcionam vista panorâmica da Chapada dos Guimarães. O percurso até o morro se divide em caminhada, trilha e escalada, e é feito em aproximadamente 7 horas.

Ainda na Chapada dos Guimarães, nos arredores do Parque Nacional, existe o circuito que passa pelas cavernas Aroe Jari, Kiogo Brado e pela Lagoa Azul. Para chegar até essas atrações, que ficam em propriedade particular, o visitante paga uma taxa que inclui almoço e é acompanhado por guias.

O espetáculo das cavernas muda conforme a estação do ano: entre setembro e novembro, período de seca na região, é possível chegar até o Salão Dourado por paredes brilhantes da caverna Aroe Jari. Já a Lagoa Azul, na época de cheia, que vai entre março e julho, tem suas águas mais iluminadas e transparentes do que nunca. Os paredões ondulados da caverna Kiogo Brado completam a beleza encantadora do circuito, que é longo e leva um dia inteiro. O passeio se encerra com um banho na Cachoeira do Alméscar.

BMW 850 GS Adventure: a moto perfeita para grandes aventuras

A moto BMW 850 GS Adventure, gentilmente cedida pela BMW Grand Brasil, foi o diferencial para que mais essa aventura fosse segura e meus propósitos conquistados com sucesso. Pelo roteiro escolhido de longas estradas, centenas de curvas, travessias traiçoeiras de rios, intermináveis trechos de vias com terra, areia e cascalho foram deixados para trás, a BMW 850 GS Adventure, proporcionou conforto, boa capacidade de carga, maneabilidade e recursos tecnológicos e versatilidade nas rotas. Confiança e confiabilidade são itens de importante avaliação para a escolha da motocicleta, para segurança pessoal e conclusão da minha missão.

Finalizando a jornada

A viagem foi fantástica! Conhecer um pouco da história, da vida e cultura deste povo pantaneiro me proporcionou prazer e admiração.  O parque da Chapada dos Guimaraes é de tirar o fôlego, independente de qual vista que se faça. 

A viagem na acabou por aí, segui rumo para a cidade de Cáceres, para a Bolívia, e na volta para a região indígena do Xingú.  Mas estas são outras histórias, outros caminhos e outras emoções. Na vida tudo é assim, escrevemos um capítulo por dia, cada vez com mais emoção, dando sentido à vontade de viver e o perfeito entendimento sobre o que é ser feliz.

Nos vemos pelas estradas, sempre!

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