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Yamaha Tracer 900 GT, um exagero de desempenho e conforto

7 Minutos de leitura

  • Publicado: 09/12/2020
  • Por: Alexandre Nogueira

A Yamaha Tracer 900 GT ABS é uma motocicleta voltada ao turismo esportivo, como o próprio nome GT já diz, Gran Touring. A Tracer 900 GT ABS é daquelas motos que você monta e sai rodando sem destino, e só pensa nas paradas para abastecer ou comer alguma coisa, e bem rapidinho, para voltar a degustar essa incrível máquina de alto desempenho para as estradas.

Encarar grandes jornadas nunca é fácil, e aliar alta performance com conforto parece uma tarefa impossível, mas a Yamaha Tracer 900 GT ABS consegue equilibrar perfeitamente um motor com desempenho de arregalar os olhos em um conjunto de alto nível, com fácil manuseio e agilidade, e capaz de entregar também o máximo conforto ao piloto, e isso é o que importa para tornar o passeio tão agradável do início ao fim do dia.

Yamaha Tracer 900 GT: passeios com alto desempenho (Gabriela Lebsir)

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Com o aumento do desempenho das motos de aventura e das naked, as esportivas se tornaram desnecessárias à medida que mais e mais estradas se tornam mais difíceis de andar tão rápido por conta dos radares ou motoristas muito ocupados contando seus “likes”.

Parece um desafio para nós como pilotos, mas moto esportiva não tem que ser apenas tipo superbike, onde o piloto vai encolhido como um feto e sem o menor conforto, achando que alí é o melhor lugar para o machão juvenil mostrar seus dotes de pilotagem. Moto de alto desempenho pode ser confortável sim, além de exigir muita técnica de pilotagem assim como as superbikes. Para testar as virtudes da Tracer 900 GT ABS nada melhor que uma estrada sinuosa, onde o motor CP3 (Cross Plane 3 cilindros) pode mostrar toda a fúria do seu alto torque nas baixas e médias rotações, e também um amplo arco com rotações suficientes para contornar uma curva longa e rápida segurando uma marcha.

Yamaha Tracer 900 GT: 115 cv para 215 kg (Gabriela Lebsir)

A Tracer 900 GT ABS tem a alma da maluca MT-09, com um corpo eficaz para conforto em alta velocidade e uma balança mais longa para maior estabilidade na estrada. A Yamaha Tracer 900 GT ABS é uma verdadeira gran turismo, mais uma boa opção para encarar muitos quilômetros, não como uma moto brutal da família MT, ainda mantendo sua excelente agilidade em centro urbanos, mas segundo a Yamaha, mesmo tendo colocado em sua categoria como sport touring, o objetivo é concorrer com a líder de venda do segmento maxitrail, a BMW F 850, que custa R$ 65.500, e nova Triumph Tiger 900GT, que custa R$ 49.990.

O design da Tracer 900 GT ABS tem várias soluções aerodinâmicas estudadas em túnel de vento para diminuir o arrasto e melhorar a proteção do piloto, aproveitando as formas e defletores para dissipar de forma mais eficiente o calor do motor. Essas mudanças, além de serem mais eficientes, foram pensadas para embelezar todo o conjunto. Agora a Tracer 900 GT ABS entra na era do TFT, com o bonito painel de design inspirado no da R1, com todo tipo de informação e possibilidade de customização.

Por meio do punho direito é possível ativar e desativar os componentes eletrônicos da moto. Toda a iluminação da máquina é feita por LED e o desenho dos faróis impõe respeito. A ergonomia também mudou bastante e os engenheiros optaram por afinar a “cintura” da moto. Com isso tanque e banco estão mais estreitos, melhorando o encaixe das pernas, a proteção aerodinâmica oferecida pela dianteira da moto, o apoio dos pés no chão e o encaixe das pernas na moto. Para facilitar a pega sobre a moto e a facilidade de condução em espaços mais apertados, como centros urbanos, o guidão também foi “recortado”, ficando 100 mm mais estreito. As pedaleiras se mantiveram recuadas como no modelo anterior, deixando as pernas flexionadas sem exagero.

Yamaha Tracer 900 GT: posição de pilotagem bem confortável (Gabriela Lebsir)

O banco agora é bipartido, ganhou espuma mais macia, para dar ao traseiro apoio confortável por mais horas (até que comece a dar sinais de achatamento), e também tem mais área (na parte de trás do piloto e em toda a base reservada ao garupa). As pedaleiras do passageiro também foram reposicionadas para baixo, a fim de deixar as pernas menos recolhidas e evitar o cansaço pela flexão exagerada. As alças, feitas de alumínio, estão mais largas e têm mais espaço para ter mais posições na pegada. Some à essas mudanças um para-brisa maior e regulável, protetores de mãos também redesenhados para desviar o vento, manoplas aquecidas e piloto automático para ver que as mudanças na moto visaram a utilização em estrada.

Mesma genética

Quanto à motorização, o potente e “torcudo” motor de três cilindros, 12 válvulas e refrigeração líquida continua com suas virtudes e pegada quase insana. As acelerações são impactantes e as respostas, imediatas. Apesar de manter os números de potência e torque máximos (115 cv a 10.000 rpm e 8,92 kgf.ma 8.500 rpm, respectivamente), ganhou atualizações na eletrônica e uma nova embreagem assistida e deslizante, além do controle de tração de dois níveis de intensidade que também pode ser desligado. Os modos de entrega de potência do motor continuam como na versão anterior, sendo o modo A mais brutal e o modo B mais suave, tudo através da velocidade de abertura das borboletas da injeção.

Yamaha Tracer 900 GT: corpo aerodinâmico (Gabriela Lebsir)

A genética do propulsor continua e mantém a personalidade forte da moto, assim como permite andar de forma dócil, mas basta provocá-la para ela se despir do pudor e empurrar você para trás, obrigando a segurar firme no guidão para não ficar sentado no chão. A roda dianteira é capaz de ficar no ar por um bom tempo se você deixar, pegada que nenhuma das concorrentes desta Yamaha tem. O controle de tração agora deixa o piloto mais tranquilo com o movimento da munheca. O câmbio é bem escalonado e o novo assistente eletrônico Quick Shift só funciona para subir as marchas e com o giro mais alto, caso contrário os engates sem a embreagem se tornam duros e lentos. Sentir seus três cilindros berrar e bater as marchas uma depois da outra é sensacional e viciante. As equinas chegam rapidamente e as novas saídas se oferecem como uma nova largada.

A ciclística da Tracer foi revista. Na frente as novas bengalas KYB invertidas são do tipo assimétricas e totalmente reguláveis. Além da pré-carga da mola, ajusta-se de um lado a compressão e do outro o retorno. A nova balança foi alongada em 60 mm e com isso a distância entre-eixos aumentou na mesma proporção. O amortecedor agora tem dois ajustes, pré-carga, por meio de um manípulo de fácil acesso e para ajustar o retorno é preciso de uma chave de fenda. Os novos componentes da suspensão acompanham a evolução da moto. A nova Tracer ficou perceptivelmente mais confortável e suas suspensões se comportam muito bem, têm maior capacidade de absorver impactos e permitir a adequação de seu funcionamento de acordo com o gosto do piloto e ao peso que se vai carregar.

Na prática, percebe-se mais progressividade do conjunto com movimentos mais suaves, sem perder a capacidade esportiva. Outro ponto positivo é a facilidade para movimentá-la ao entrar nas curvas e mudar de direção, graças à boa ciclística e ao baixo peso (215 kg em ordem de marcha). O sistema de freios continua potente. As pinças radiais de quatro pistões mordem dois discos de 298 mm de diâmetro e têm assistência ABS de última geração Bosch. O sistema é potente e pegajoso. Com tantas melhorias faltou ter recebido as mangueiras tipo Aeroquip (forradas com malha de aço) para reforçar os freios em utilização esportiva, já que é comum a fadiga do sistema em uso agressivo. Sensivelmente melhor, a Tracer 900 GT ABS é mais uma excelente opção para quem quer uma moto para o dia a dia, mas também pretende pegar estrada com atitude, alto desempenho e muito mais segurança.

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