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Opinião: o que você tem a ver com a Semana Nacional de Trânsito?

3 Minutos de leitura

  • Publicado: 29/09/2020
  • Por: Willian Teixeira

Na última semana foi comemorada a Semana Nacional do Trânsito. E nós, motociclistas, somos protagonistas. Infelizmente. (Por Fredy Tejada*)

Conforme disposto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) promovem durante essa semana ações por todo país visando a conscientização dos envolvidos no trânsito. O tema proposto pelo Contran em 2020 é “Perceba o risco, proteja a vida”. O objetivo da ação é buscar uma mudança de atitude na parte de todos que compõem o trânsito, e a campanha chamou atenção para os riscos. Por causa da pandemia, as ações foram realizadas por meio de canais digitais.

Banner da campanha virtual da Abraciclo para a Semana Nacional do Trânsito (Divulgação)

O veículo que tanto apreciamos para nosso deslocamento para o trabalho, lazer, passeios, viagens, etc. é motivo de preocupação dos órgãos que compõe o SNT simplesmente por ser aquele com maior aumento de acidentes com vítimas fatais e inválidos. O fato é que custamos muito caro para o país.

E quem imagina poder colocar-se à margem das trágicas estatísticas constituindo um grupo à parte, não é tão simples. Quando um homem maduro, pai de família, com a vida estabilizada, responsável, sai para um bate e volta com os amigos no fim de semana e se envolve num acidente com sua motocicleta, nas estatísticas conta igual ao motociclista irresponsável (existem alguns por aí…) que desrespeita regras de trânsito a cada quilômetro percorrido. Embora haja pesquisa onde é detectada maior ou menor sinistralidade de um grupo em relação a outro a realidade é que estaremos na mesma “cesta de números” não importando qual o tipo de cova onde vamos parar.

Com a pandemia, a demanda por delivery teve um aumento exponencial. Mais motos nas ruas (Fredy Tejada)

Deixando o humor ácido de lado, importante considerar que não estamos tão distantes dessas estatísticas enquanto circulamos sobre duas rodas (com ou sem motor) no país. Assombra hoje o número de motociclistas sem habilitação antes restritos aos rincões do país.

Lamentavelmente ainda não adotamos sistemas mais adequados para a formação de condutores, particularmente motociclistas, e obtenção da CNH. Portanto, temos dois sérios problemas no país: motociclistas com formação deficiente e motociclistas sem qualquer formação.

Pilote sempre com responsabilidade e respeite as leis de trânsito (Gabriel Jabur/ Agência Brasília)

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Nos últimos meses acompanhei a movimentação dos órgãos ligados à mobilidade e trânsito e conheci muita gente competente atuando com extrema dedicação à segurança viária. Entretanto, nota-se que os recursos são limitados e o foco dos governos está mais para corrigir os efeitos (multas) do que eliminar sua origem (educar).

Vencer esta guerra que todos os anos somam milhares de mortos e inválidos deve estar na mente e ações de todos que compartilham as vias públicas. Certamente ninguém gosta de falar numa roda de amigos que nosso país é campeão de mortes nas estatísticas e muito menos revelar que podemos estar próximos a fazer parte delas.

Infelizmente ainda há muitos motociclistas despreparados. No trânsito, seja responsável! (Gabriel Jabur/ Agência Brasília)

Ao final deste ano, teremos encerrado a Década de Ações pelo Trânsito Seguro, proposta pela ONU (2011-2020), na qual os governos de todo o mundo se comprometeram a tomar medidas para prevenir os acidentes, que matam cerca de 1,25 milhão de pessoas por ano. Novas metas estão sendo estabelecidas com base nos resultados obtidos. O país tem o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) o Programa Laço Amarelo do Observatório Nacional de Segurança entre outras importantes ações. Cabe à sociedade abraçar essa causa para sermos protagonistas na conquista da redução de mortes no trânsito.

Para avançar, o primeiro passo é o motociclista perceber o risco a que está sujeito no seu deslocamento; com esse ganho fantástico na sua segurança a partir daí, com bom senso, proteger sua vida.

Fredy Tejada

*Fredy Tejada é engenheiro automobilístico, consultor, Observador Certificado do Observatório Nacional de Segurança Viária e instrutor de técnicas off-road.
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião da MOTOCICLISMO.

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