11
Notícias

Triumph Daytona 675: das ruas para a Moto2

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 17/04/2020
  • Atualizado: 20/04/2020 às 12:01
  • Por: Alexandre Nogueira

O nome Daytona se tornou um símbolo do esporte britânico após duas vitórias da Triumph T100R Tiger nas 200 Milhas do circuito de Daytona, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, nas mãos de Buddy Elmore em 1966 e de Gary Nixon em 1967.

A T100R Tiger de rua entregava 35 cavalos de potência e após as modificações do diretor técnico Doug Hele e sua equipe, a cavalaria passava para 52 cavalos. Uma história de muito orgulho que inspirou as próximas gerações das motos de corrida da marca de Hinckley.

Triumph T100R: o início de tudo (Divulgação)

Em meados dos anos 1980 as montadoras começaram a montar suas motocicletas esportivas com carenagens integrais vindas diretamente das pistas de corrida, então em 1990, a Triumph retorna em grande estilo ao Salão de Colônia, na Alemanha, e revela as naked Trident de três cilindros em linha de 750 cm³ e 900 cm³, as estradeiras Trophy de 900 cm³ tricilíndricas e 1.200 de quatro cilindros em linha e as esportivas carenadas da família Daytona com motor de três cilindros de 750 cm³ e de quatro cilindros com 1.000 cm³.

Veja também:
Quiz: motos com motores de seis cilindros
Rumor: Honda estuda Rebel com motor da Africa Twin
Renomadas no exterior, desconhecidas no Brasil (parte 2)

Triumph Daytona 750 1990: o retorno do nome (Divulgação)

No final dos anos de 1990, a Triumph TT600 representa a esportiva média da marca, mas as motos japonesas, diga-se Honda CBR 600, Yamaha FZR 600, Suzuki GSX-R 600 e Kawasaki Ninja ZX 6R, dominam a categoria das esportivas médias. Então em 2000 a Triumph inicia o projeto de uma nova motocicleta para enfrentar o domínio dos japoneses, e ela se chamaria Daytona, dando continuidade ao legado das T100R vencedoras em 1967 e 1968.

Triumph TT600: visual esportivo, mas o desempenho não agradava (Divulgação)

O projeto deveria partir de um motor de três cilindros e não mais sobre o quatro cilindros da TT600, fugindo também do padrão seguido pelos concorrentes da nova categoria SuperSport 600. Já de olho nas competições, os engenheiros constataram que, como o motor teria um cilindro a menos, ele poderia ter certa porcentagem de cilindrada a mais para se enquadrar no regulamento da categoria Supersport 600, então projetaram um novo motor de três cilindros de 675 cm³ e concentraram grandes esforços no desenvolvimento de um chassi, assistidos por computador e uma equipe de engenheiros coletando dados de telemetria em centenas de testes, para conseguir uma maior centralização da massa da moto, um fator crucial na melhoria da agilidade, e então compor um conjunto pequeno e leve.

Primeira geração da Triumph Dautona 675 (Divulgação)

Os testes com o protótipo definitivo foram até o final de 2004 e então a nova Triumph Daytona 675 foi oficialmente apresentada na NEC International Motorcycle and Scooter Show de 2005. No lançamento definitivo para as ruas, os pilotos de testes das mídias especializadas ficaram impressionados com o desempenho da nova máquina britânica. Muitos confirmaram que a nova Triumph Daytona 675 era a melhor motocicleta britânica de todos os tempos, bem como a melhor motocicleta superesportiva de todos os tempos. Em todos os testes, a Daytona 675 se mostrava imbatível e fácil de pilotar.

Motor de três cilindros em linha: parte do sucesso da Daytona 675 (Divulgação)

O compacto motor de três cilindros em linha tem como característica a subida de giro rápida, entrega 123 cavalos de potência a 12.500 rpm, com pico do torque de 7,3 kgf.m em 11.750 rpm, suficientes para empurrar fortemente o conjunto de apenas 185 kg totalmente abastecido. Os números impressionaram os concorrentes japoneses, já que suas esportivas de 600 cm³ ofereciam 120 cavalos de potência, em um conjunto maior e mais pesado.

Triumph Daytona 675: cores marcantes (Divulgação)

Parte do sucesso do conjunto leve é o chassi de alumínio de dupla trave superior, com uma balança de alumínio com pivô de fixação regulável, item inovador na categoria, que permite acertar a geometria da motocicleta para quaisquer tipos de piloto e uso da moto. A suspensão dianteira invertida e monoamortecedor traseiro a gás são reguláveis na pré-carga da mola, na compressão e no retorno, facilitando ainda mais o ajuste fino para o piloto, principalmente para as pistas.

Triumph Daytona 675: ponteira sob a rabeta identifica o modelo (Divulgação)

Duplo disco dianteiro com pinça radial de quatro pistões já mostram as aptidões para disputas. Rodas de liga leve com pneu dianteiro 120 e traseiro 180 garantem agilidade e inclinações insanas em curvas de todos os tipos. O painel é reconhecidamente belo, com o enorme contagiros analógico e um visor LCD multifuncional com computador de bordo, item de motos de categorias superiores na época.

Em série especial limitada (Divulgação)

Em 2009, surgem as primeiras alterações com mais de cinquenta melhorias no modelo, que já é um enorme sucesso nas ruas e nas pistas. Uma nova central eletrônica ECU, melhora a eficiência do motor e ainda acrescenta 3 cavalos de potência na usina. Primeira marcha mais curta no câmbio de seis marchas, nova calibragem da suspensão e nova carenagem frontal com novos faróis e entrada de ar central, chegam esbanjando ainda mais agressividade.

Triumph Daytona 675 2009: pouco mais refinada (Divulgação)

Em 2011 ela ganhou mais alguns pequenos ajustes e novas cores e a última atualização radical e definitiva veio em 2013, uma Daytona totalmente remodelada, após três anos de desenvolvimento, pela engenharia da Triumph. Com esta nova geração, a Triumph volta a vencer as 200 Milhas de Daytona em 2014, nas mãos do piloto de 27 anos Danny Eslick, seguindo o legado de seus ídolos lendários de 1967.

Triumph Daytona 675 2012: só mudanças estéticas (Divulgação)

Esta nova geração da Daytona 675 chegou ao Brasil em 2015, nas versões STD e R, equipadas com o clássico motor Triumph de três cilindros em linha, com 675 cm³ e 128 cavalos de potência e continua como referência absoluta no segmento, reconhecida como a moto mais rápida na pista e a melhor para andar nas ruas e estradas, além das características que lhe conferem personalidade própria. O motor recebeu uma nova embreagem com sistema deslizante slip-assist, proporcionando menos esforço na alavanca, e que também ajuda a prevenir que a roda traseira trave durante uma frenagem brusca. Este mecanismo é auxiliado pelo gerenciamento do motor, que abre as borboletas do acelerador nessas circunstâncias para reduzir a frenagem do propulsor. Complementando, o sistema de quick shifter bidirecional facilita as trocas do câmbio de seis marchas.

Triumph Daytona 675: em 2015 chegou em duas versões (Divulgação)

O chassi é semelhante ao da geração anterior, porém é uma nova concepção feita com oito peças fundidas, em vez de 11. Isto resulta em menos soldas e numa construção mais leve, sem perda de resistência ou rigidez. A geometria foi melhorada, com a mudança no ângulo de inclinação, agora de 22,9 graus, e uma redução da distância horizontal para 87,2 mm. A posição do pivô da balança continua regulável para ajudar o piloto a personalizar a dirigibilidade de acordo com o seu estilo e condições de condução.

Triumph Daytona 675: corpo esguio, leve e potente (Divulgação)

A suspensão dianteira, agora da marca Kayaba, conta com garfos invertidos de 41 mm, regulagem de amortecimento de pré-carga, retorno e compressão de alta e baixa velocidade, com curso de 110 mm. Na traseira, também Kayaba, um monoamortecedor com reservatório extra, regulagem de amortecimento de pré-carga, retorno e compressão de alta e baixa velocidade, com curso de 129 mm.  Nos freios dianteiros, os pistões da Daytona 675 são da marca Nissin e o sistema ABS é comutável como item de série.

Pronta para as pistas (Divulgação)

A posição de pilotagem foi ligeiramente levantada e inclui uma pequena redução na altura do banco (agora com 820 mm), mas ainda é uma postura de pilotagem superesportiva, completa e projetada para o controle ideal em condições de pista. Uma variedade de inovações foi desenvolvida para melhorar a centralização de massa da nova Daytona 675, como o novo posicionamento do sistema de escapamento, o novo subquadro traseiro, novo garfo e novas rodas. A alteração mais visível aconteceu no sistema de escapamento.

Triumph Daytona 675: última geração tem escape baixo (Divulgação)

O conjunto, incluindo seu silenciador, que antes ficava debaixo do assento, agora foi transferido para baixo do motor, o que melhorou ainda mais a dirigibilidade. As rodas e os garfos são mais leves e a distância entre eixos foi reduzida, inovações que trouxeram melhorias significativas na agilidade e no desempenho geral da motocicleta. A última geração da Triumph Daytona 675, disponível no Brasil em 2015, ainda está bem adequada à segunda década do século 21, uma moto mais leve, mais potente, mais rápida, mais bonita, mais segura e que oferece ainda mais prazer ao piloto.

Triumph Daytona 675: referência das Supersport 600 (Divulgação)

A Triumph Daytona 675 fez tanto sucesso, que obviamente, o motor passaria por uma evolução e ela chegou, primeiramente com a nova Speed Triple 765, com aumento da cilindrada para 765 cm³ e várias mudanças para otimizar o funcionamento e o rendimento. Tanto que, agora a categoria Moto2 do Mundial de Motovelocidade usa o motor de três cilindros de 765 cm³ inglês nas motocicletas, abrindo um novo capítulo na história de 110 anos da marca.

Triumph Daytona 765 Moto2: inspirada na moto do mundial (Divulgação)

Uma série limitada da Daytona 765 inspirada na Moto2 foi lançada, mas ainda estamos ansiosos no aguardo do lançamento definitivo da nova Daytona 765 para as ruas.

Deixe seu Comentário

Conteúdo Recomendado